O tempo passa. Caminha devagar para quem espera e rápido para quem se desespera.O relógio marca o tempo. As rugas marcam o tempo. A ferrugem marca o tempo. Os fios brancos marcam o tempo. As vezes eu ando devagar para o tempo andar mais lento e quando estou com pressa parece que o tempo passa rápido. O relógio do meu avô marcava o tempo lentamente.No meu relógio o tempo acelera e no fim eu reclamo que não o tenho. Será que o tempo de hoje não é o mesmo de ontem ou o relógio de ontem marcava o tempo devagar? Hoje estava passando em uma rua do centro.Parei em frente a uma loja de antiguidades e na vitrine estava ele, um relógio igual do meu avô. Entrei na loja, me assustei com o preço mas acabei comprando o tal relógio. Joguei o meu relógio digital fora e fiquei horas e horas olhando para aquela obra de arte. Aproveitei que tinha o resto do dia livre e diminui a velocidade dos meus passos. Em tantos anos trabalhando no centro da cidade não tinha reparado naquelas construções antigas.Eram belos casarões onde das sacadas imaginei homens e mulheres com vestimentas de época. Nas ruas ao invés de carros imaginei carruagens puxadas por cavalos.Meninos e meninas brincavam na porta de suas casas sem se preocupar com estranhos.As portas e janelas estavam abertas como se estivessem a esperar visitantes. Não haviam grades e elas estavam ali para quem quisesse entrar. Um homem de terno me parou e perguntou as horas. Ele parecia ter pressa, então peguei o relógio que acabara de comprar. Percebi que já estava tarde. O homem saiu correndo e quando olhei novamente a minha volta descobri que estava escurecendo. Eu precisava dormir. Dormir para acordar e não para descansar. Cheguei em casa, liguei meu despertador digital e comecei a pensar no meu dia. Descobri que enquanto contava as horas no relógio do meu avô elas passavam devagar. Era um tempo que não tinha pressa para acabar. Meu avô brigava comigo quando eu dizia que não tinha tempo.Ele falava que tinha tempo para tudo e eu reclamava que não tinha tempo pra nada. Eu não segui nenhum dos conselhos do meu avô mas aprendi que o tempo é valioso e quanto mais a gente se desespera mais rápido ele passa.
sábado, 14 de agosto de 2010
O tempo
O tempo passa. Caminha devagar para quem espera e rápido para quem se desespera.O relógio marca o tempo. As rugas marcam o tempo. A ferrugem marca o tempo. Os fios brancos marcam o tempo. As vezes eu ando devagar para o tempo andar mais lento e quando estou com pressa parece que o tempo passa rápido. O relógio do meu avô marcava o tempo lentamente.No meu relógio o tempo acelera e no fim eu reclamo que não o tenho. Será que o tempo de hoje não é o mesmo de ontem ou o relógio de ontem marcava o tempo devagar? Hoje estava passando em uma rua do centro.Parei em frente a uma loja de antiguidades e na vitrine estava ele, um relógio igual do meu avô. Entrei na loja, me assustei com o preço mas acabei comprando o tal relógio. Joguei o meu relógio digital fora e fiquei horas e horas olhando para aquela obra de arte. Aproveitei que tinha o resto do dia livre e diminui a velocidade dos meus passos. Em tantos anos trabalhando no centro da cidade não tinha reparado naquelas construções antigas.Eram belos casarões onde das sacadas imaginei homens e mulheres com vestimentas de época. Nas ruas ao invés de carros imaginei carruagens puxadas por cavalos.Meninos e meninas brincavam na porta de suas casas sem se preocupar com estranhos.As portas e janelas estavam abertas como se estivessem a esperar visitantes. Não haviam grades e elas estavam ali para quem quisesse entrar. Um homem de terno me parou e perguntou as horas. Ele parecia ter pressa, então peguei o relógio que acabara de comprar. Percebi que já estava tarde. O homem saiu correndo e quando olhei novamente a minha volta descobri que estava escurecendo. Eu precisava dormir. Dormir para acordar e não para descansar. Cheguei em casa, liguei meu despertador digital e comecei a pensar no meu dia. Descobri que enquanto contava as horas no relógio do meu avô elas passavam devagar. Era um tempo que não tinha pressa para acabar. Meu avô brigava comigo quando eu dizia que não tinha tempo.Ele falava que tinha tempo para tudo e eu reclamava que não tinha tempo pra nada. Eu não segui nenhum dos conselhos do meu avô mas aprendi que o tempo é valioso e quanto mais a gente se desespera mais rápido ele passa.
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